- Área: 750 m²
- Ano: 2018
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Fotografias:Nic Lehoux
Um local dedicado a comunidade local
Localizado nas Ilhas Feroé, um território dependente da Dinamarca que fica no Atlântico Norte, o edifício da prefeitura de Eystur tem 750 m² e atravessa o rio até o vilarejo Norðragøta, conectando dois núcleos que antes eram separados. Discretamente implantado na paisagem local, o edifício parece flutuar entre o rio e a cobertura verde. Este edifício é o novo lugar de trabalho do governo local e toda a equipe administrativa da pequena Eystur.
Antes da entrada da indústria de pesca, a praia era o local principal para reuniões da comunidade e ocasiões especiais. Seguindo o plano local de investimento na comunidade, a prefeitura é o primeiro de um conjunto de edifícios que tem como objetivo restabelecer a vida coletiva em Eystur, que abrange cinco diferentes núcleos que totalizam 2000 habitantes.
Projetado pelo sócio do escritório Henning Larsen, Osbjørn Jacobsen, arquiteto faroense que também assina a Casa de Concertos Harpa, em Reykjavik, o edifício da prefeitura de Eystur faz um tributo a dramática paisagem nórdica, e a forma tradicional de construir da região, ao mesmo tempo que define um novo caminho para a arquitetura local contemporânea. Para ele, "muitas contribuições contemporâneas na arquitetura faroense copiam diretamente elementos de edifícios tradicionais", e continua, "acho muito mais interessante procurar conceitos subjacentes da arquitetura tradicional".
Jacobsen aponta: "Um tema central na arquitetura tradicional faroense é a discrição do limite entre edifício e natureza. As pessoas têm dificuldade de distinguir onde acaba a paisagem natural e onde começa o edifício. O conceito por trás do projeto da prefeitura é impulsionada pela noção desta linha fugaz entre paisagem e construção. Acredito que essa é uma forma de abordar a arquitetura contemporânea das Ilhas Feroé".
No projeto é possível sentir essa proximidade com a natureza, a partir, por exemplo, do rasgo no piso que revela o rio. O governo local de Eystur assume a importante tarefa de estabelecer um espaço que pretende reviver a comunidade local. Os terraços e a cobertura jardim são abertos para o público, e as pessoas podem frequentar, fazendo piqueniques e nadar no rio, além de também poderem assistir shows, palestras e exposições que acontecem dentro do edifício. No lado externo há uma instalação artística sonora e luminosa assinada por Jens Ladekarl, que aborda os sons e estruturas da sociedade moderna local e da natureza, dando a impressão, para os expectadores, que o edifício fala com seu entorno.